Smartphones, transmissão de dados, tablets, interatividade e inclusão digital. Esses termos, recorrentes no dia a dia da população atual, não são mais do que um reflexo dos avanços tecnológicos por parte da indústria e da corrida da sociedade para acompanhar essa revolução. Afinal, quem não tem uma internet 3G em mãos na fila do banco hoje em dia não está 100% atualizado e conectado com o mundo. Essa rapidez, de consumo de informação e também de produtos é definida por Eugênio Trivinho, professor do programa de estudos pós-graduados em comunicação e semiótica da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP), como "dromocracia". Dromo, do grego, significa velocidade e a luta pela permanência no ciberespaço é um dos seus assuntos mais trabalhados.
Pensando mais afundo acerca do ciberespaço, notamos que sim, todos nós, principalmente os que trabalham com comunicação, somos cada vez mais "empurrados" em direção ao que há de mais moderno e veloz em tecnologia. Não basta só assinar suas matérias no jornal, ou representar uma assessoria de comunicação. Jornalistas o tempo todo, temos Twitter para não deixarmos nossos pitacos de 140 caracteres passarem despercebidos pelos outros e claro, não deixar de saber sobre os pitacos deles, Facebook para aumentar nosso círculo social, além de blogs pessoais e interação na web. Até mesmo um jogo de futebol ou um show de música viram motivos de cobertura em dias de folga através dos microblogs. Agora, será que é possível pensar em viver sem essas ferramentes? No mundo atual? Com a competitividade que assola a profissão? Fica difícil. Para um indivíduo, nessas condições, abdicar de estar em sintonia com os novos meios, seja por questões financeiras ou ideológicas, culmina em um estado de exclusão social e profissional que pode acarretar na perca de oportunidades futuras.
Será que estamos indo para o lado certo quando trocamos nossas relações interpessoais por ciberinteração? Somos levados a pensar que isso é natural, ou melhor, a nem pensar sobre o assunto. Já nos vemos inseridos nessa sistemática dromocrática. Como escapar de tudo isso? Não se sentir forçado a publicar fotos no aplicativo cool exclusivo do IPhone, o Instagram, soa difícil para os dias atuais.
Sinceramente, não vejo solução para esse padrão comportamental, muito menos para as exigências do mercado sobre o assunto. Com tantas opções de profissionais no mercado, eles acabam selecionando fatores que nem sempre são os mais corretos, é verdade, mas que fazem uma pré seleção do que funciona melhor para cada setor. Mas tudo deve ser feito com equilíbrio, sem supervalorizar novos gadgets ao mesmo tempo que estamos sim, conectados com o mundo. O excesso, para um lado ou para o outro, é que pode trazer danos para o bolso e para a consciência.
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