sábado, 3 de dezembro de 2011

Uma piada errada e onde fica a ética mesmo?

Tudo bem que Rafinha Bastos se diz humorista e até se apresenta com um espetáculo chamado "A Arte do Insulto", mas ele é formado em jornalismo pela Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e integrava a bancada do programa jornalístico CQC, da Band.

Na noite de 19 de setembro o apresentador soltou em rede nacional uma piada que não provocou repúdio em todo o país. Ele perdeu a mão ao comentar que Wanessa camargo estava tão bonita grávida, que ele "comeria ela e o bebê, juntos". O vídeo, claro, virou febre nas redes sociais e foi assistido mais de um milhão de vezes. A moça, casada, não gostou nada disso. Afastado do programa comandado por Marcelo Tas, ele está sendo processado em R$100 mil pela cantora.

Esse é um exemplo de falta de ética no jornalismo que ocorreu na televisão, mas ganhou repercussão na internet, bem como seus diversos desdobramentos.

Assita o vídeo do programa onde Rafinha Bastos faz piada com Wanessa Camargo

Não contente com o ocorrido, o jornalista e humorista ainda ravou esse outro vídeo satirizando a situação. A pergunta que fica é, onde ele deixou a ética jornalística nesses momentos?



+ Notícias relacionadas:

http://primeiraedicao.com.br/noticia/2011/10/03/apos-piada-com-wanessa-rafinha-bastos-e-afastado-do-cqc

http://www.correiodoestado.com.br/noticias/wanessa-quebra-silencio-e-fala-sobre-rafinha-bastos_129255/

Por Nathalia Wicks de Almeida

Nota 10 em tortura

Final de período. Estresse, insônia, irritabilidade. Qual estudante universitário nunca passou por isso? É um dos desafios para conseguir o tão desejado diploma de jornalismo- que agora, voltou a valer, aliás-. Mas parece que ele não chega nunca...as férias não chegam, o diploma não chega.
Se você for bem certinho na universidade, talvez consiga se formar no final dos quatro anos planejados. Mas se você for como eu, desastrada, trabalhadeira, mãe e meio louca, pode contar com alguns períodos extras pela frente. Nota 10 em tortura.
Não sei onde estava com a cabeça quando me matriculei para cursar SETE disciplinas de uma só vez neste semestre. Meu argumento era bom, tentar recuperar o tempo perdido e concluir o curso no final de 2012. Se os deuses ajudarem, acho que consigo. Mas não sem perder algumas noites de sono, um pouco da paciência que ainda me resta, alguns amigos que reclamam do mau-humor e freelas que poderiam pagar umas bebedeiras que até que cairiam bem agora.

Por Nathalia Wicks de Almeida

Exercício referente à disciplina de Jornalismo e Novas Tecnologias do professor Dario Brito.


Toda animação por ter, enfim, chegado a metade do curso acabou rapidamente. As disciplinas que nos acompanharam desde (quase) sempre, tornaram-se mais, digamos, chatinhas. Surgiram outras que, sinceramente, nos deram um trabalho dobrado. A cobrança e toda agitação – muitos trabalhos, pouco tempo e professores marcando em cima nas faltas – fizeram com quem eu, Débora Albuquerque, comparasse o “amado” 4ª período à uma dor infinita. Minhas sexta a noite eram regadas à carões na aula de TV e reflexões sobre teoria da comunicação – disciplina já paga período passado – na aula de PESQUISA EM COMUNICAÇÃO. E olhe que eu só precisava de uma cerveja gelada para esquecer todos os problemas acumulados durante a semana. Sem contar no desespero para postar as coisas no blog de Jornalismo e Novas Tecnologias, enviar pauta para Rádio, edição do telejornal. Enfim, o quarto período ficou marcado por sua correria e dificuldade, mas, me mostrou o quão importante é escolher bem uma fonte e nunca, jamais, faltar nas aulas de Nadilson.
Ps:. Eu sobrevivi!
- Débora Albuquerque

Exercício referente à disciplina de Jornalismo e Novas Tecnologias do professor Dario Brito.

Proposta: Fazer um relato estilo jornalismo participativo (pode ser qualquer coisa) sendo você o jornalista mediador que recebeu uma informação de alguém. Tamanho livre.

Esgoto e mau cheiro no bairro de Casa Amarela

O saneamento básico está entre as prioridades do governo. Pelo menos na teoria. Em muitos locais da cidade é possível encontrar, ainda, situações de esgoto a céu aberto. No bairro de Casa Amarela, o esgoto chega a incomodar tanto os moradores que uma manifestação em frente a prefeitura foi organizada. Segundo a dona de casa Maria de Aparecida, é uma desorganização das autoridades que esquecem o bairro, fazendo vista grossa para os problemas. Ainda relata que não permite mais a saída dos filhos para jogar bola rua. “Eles ficam com raiva de mim e até brigam. Mas, eu faço isso com medo que eles peguem alguma doença, sabe? E eu morro de medo daquela doença do rato”, disse. Segundo moradores, a prefeitura foi acionada diversas vezes, mas não compareceu ao local.

Fonte: Carlos Melo – Estudante de agronomia

Débora Albuquerque

Exercício referente à disciplina de Jornalismo e Novas Tecnologias do professor Dario Brito.


Proposta: Fazer um artigo referente ao jornalismo nas redes sociais. No mínino 100 palavras.
 
Nos dias de hoje é quase impossível assimilar jornalismo sem instantaneidade.  E, contrariando ideias e ideais de muitos, é através da internet que essa possibilidade de amplia. O jornalismo inserido nas redes sociais ajuda a disseminar a notícia de maneira rápida e simples. Com apenas um click, o internauta tem acesso a portais e/ou páginas de notícias, onde tem conteúdo similar – pois muitas vezes o conteúdo ainda é melhor – ao das vias tradicionais. Acaba sendo ferramenta muito útil para todos aqueles que não têm tempo suficiente de parar, ler um jornal, ouvir rádio ou ver tv. Ao abrir e checar e-mails, a pessoa para e vê, no Facebook, por exemplo, a fanpage de um jornal/portal postando links das matérias mais interessantes. Dessa forma, o jornalismo nas redes sociais acaba fazendo com que o alcance de público seja ainda maior, devido ao fato de, com esta prática, o tempo ser otimizado. 

Débora Albuquerque

Exercício referente à disciplina de Jornalismo e Novas Tecnologias do professor Dario Brito.

Proposta:   Fazer uma matéria utilizando uma foto tirada com seu celular. No mínimo 100 palavras.


A chuva torrencial que caiu ontem por volta das 21h no Recife, causou estrago em muitos locais da cidade. Além de ruas alagadas e árvores caídas, bairros inteiros ficaram sem iluminação durante horas. De acordo com testemunhas, o bairro de Casa Forte, na Zona Norte, foi um dos mais prejudicados, deixando ilhadas as pessoas que se encontravam em bares, restaurantes e casa de festa nos arredores. Segundo moradores, a água só começou a baixar por volta das 3h30 da manhã. Muitos tiveram que acionar o corpo de bombeiros para serem removidos do local, pois seus carros foram levados ou invadidos pela força da água. O conselho da prefeitura é que as pessoas fiquem atentas às previsões do tempo, e caso haja possibilidade de chuva, evitar a saída. 

Débora Albuquerque

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Jornalismo e internet, dois agentes que caminham lado a lado


 Por Nathalia Wicks de Almeida

As comunicações mudaram imensamente desde que Gutemberg inventou a prensa. As evoluções do mundo da tecnologia influenciam diretamente o ambiente comunicacional, afinal, quanto maior o alcance da mensagem, maior suas possibilidades de exploração. Com a informática e as redes da internet, a população viveu nos últimos 15 anos um crescimento neste âmbito como nunca havia presenciado, tendo acesso a mensagens emitidas por todo o mundo em um curto espaço de tempo.

O jornalismo, atividade da comunicação que tem como um dos princípios básicos observação, investigação e relato de fatos, aprendeu a andar lado a lado com a internet, utilizando-a vastamente tanto como fonte de captação de notícias, como divulgação das mesmas. Portais de jornalismo online já consolidados dão vazão para a presença já observada de grandes conglomerados jornalísticos utilizando redes sociais como Twitter e Facebook para dialogar com seus leitores. Divulgação das reportagens, conteúdo extra e suítes são amplamentes utilizadas pelo jornalismo nas redes, provando que, algumas vezes, para falar a linguagem do leitor atual, as empresas precisam se atualizar e assim se manter.

Quanto à leitura, outro fenômeno possibilitado pelo boom da tecnologia é o uso de aparelhos móveis que hoje são considerados itens fundamentais para quem é ligado em comunicação em tempo real e redes sociais. Eles permitem que o usuário esteja conectado todo o tempo e em todo lugar, recebendo e emitindo informações para a rede.

Alguns vêem o casamento entre jornalismo e internet como um grito de sobrevivência da prática. Talvez esta visão não compreenda a troca imensa que se dá entre esses dois agentes. No panorama atual, andamos mais inclinados à promover convergências de mídias, e não exclusão.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Desrespeito à lei do silêncio


22h de uma quarta-feira. Um desrespeito total à população e principalmente à vizinhaça as obras de um edifício residencial localizado na rua padre Roma, no parnamirim. Dois caminhões de fornecimento de cimento continuam suas atividades até às 23h30, fazendo barulho e incomodando os moradores da redondeza. Um completo desrespeito à lei federal nº 3.688, de 23 de outubro de 1941, que garante o direito ao silêncio e proíbe obras, contruções e caçambas das atividades entra as 22h e 8h. Alô, fiscalização!!!

Por Nathalia Wicks de Almeida

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Conheçendo a rua do futuro

Por Nathalia Wicks de Almeida

A rua do Futuro fica localizada na zona norte do Recife, entre duas das mais movimentas avenidas do bairro, a av. conselheiro Rosa e Silva e a avenida Rui Barbosa. No meio do burburinho da cidade grande, a r. do Futuro ainda guarda um charme de lugar pequeno, mas já mostra sinais do crescimento urbano típico do Recife.

Dividida entre edifícios residenciais e estabelecimentos comerciais, o local oferece diversos serviços e opções para um passeio informal pela via. Tirar uma tarde para conheçer os cantinhos da rua do Futuro é um bom programa para quem gosta de explorar novos lugares. Vamos conhecer alguns?

Logo no início da rua, que se estende do bairo do parnamirim até o das graças, está o Parque da Jaqueira,
um tiquinho de verde que ainda respira na cidade. Com pista de cooper, bicicleta, parquinhos infantis, posto médico e policial, uma capela e quiosques de lanches, o parque abre de manhãzinha e fecha por volta das 22h.


  Durante o dia, muitas crianças e estudantes aproveitam o local. Mas em torno do meio-dia fica mais vazio, é difícil aguentar o sol escaldante.


 O coco no banquinha do lado de fora é um dos mais caros da cidade!


No meio do caminho, uma pausa para comprar flores tropicais. Helicônias e sorvetões, para alegrar o ambiente.


Uma bookstore. Dentro da livraria e revistaria, tem também um café para lanches rápidos.

Mais à frente, a rua do futuro, que ainda abriga alguns bares, burguerias e lojas de roupas, à noite possui algumas opções de atividades. Uns estabelecimentos ficam abertos até tarde e promovem shows e afins.

A casa de shows movimenta a rua à noita, mas a seleção musical não é das mais precisosas

Agora, ah, a gastronomia! Por toda a rua encontra-se variados tipos de comidas oferecidos. Nos últimos anos, o lugar passou a se firmar também como um polo gourmet, abrigando casas de comida italiana, americana, japonesa e regional. 

A filial da sanduicheria americana é boa pedida para lanches rápidos e saborosos, inclusive durante a noite. Destaque para as opções da pães, que vão intergral aveia e mel à três queijos. De quinta à domingo, fica aberto até às 5h.


O Via Appia é uma cantina italiana muito charmosa, comandada por uma família inteira, bem ao estilo do país. Pratos simples e bem executados da tradição italiana são oferecidos no cardápio, com massa caseira e várias opções de molhos, como arrabiata, carbonara, al sugo e quatro queijos. A carta de vinhos é concisa mas eficiente.

Logo do outro lado da rua, o Quina do futuro guarda os segredos da culinária japonesa por décadas. O restaurante é referência do gênero no Recife, e hoje é comandado pelo chef André Saburó, filho do fundador, seu Júlio, que iniciou todo o legado com a venda de pastéis japoneses que até hoje figuram no cardápio.

O restaurante aposta no esquema de balcão. O Quina possui três opções de ambientes e o atendimento é de primeira. Fora as dezenas de variedades de peças de sushi, os pratos quentes orientais também são executados pela casa.


Entradinha: Tsuki-Dashi, legumes, peixe e cabeça de camarão preparados à moda japonesa


MiniTeppan Yake: Medalhão de filé preparado em chapa quente, batatas gratinadas, legumes refogados, cebolas e risoto de arroz com legumes e ovos.

Andar sem compromisso pelas ruas é um hábito que parece ter se perdido no cotidiano atribulado que a maioria da população leva. Deixe o carro na garagem um dia e saia à pé, o passeio sempre rende boas surpresas e algumas cenas memoráveis, como os dois homens idosos e muito elegantes, de chapéu, que estavam jogando dominó em um banco no caminho de volta, pena que a bateria do Iphone tinha descarregado.
Ah, e para aguentar o calor e o sol do Recife neste começo de verão, uma roupa bem fresca e chapéu de abas largas, com muito protetor solar no rosto.
* A reportagem foi realizada para a disciplina Jornal e Novas Tecnologias da Unicap, como exercício sugerido por grupo de estudandes da cadeira. De tema livre, com mais de 200 palavras, utilizando o celular. As fotos foram todas tiradas com Iphone 3GS e foram utilizados os aplicativos MoreLomo e Instagram.

sábado, 8 de outubro de 2011

Suape no caminho da integração

Apontado por muitos como o grande polo de desenvolvimento brasileiro nos últimos tempos, o Complexo Industrial Portuário – SUAPE não apresenta apenas suas praias belíssimas e povo hospitaleiro, mas principalmente, oferece ao mundo uma oportunidade imensa para a indústria. Seja ela qual for. Situado entre os munícipios do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, Suape já foi considerado o maior porto público do Brasil pela UFRJ, desbancando grandes portos, como o de Santos, em São Paulo e o Cia.Docas, no Ceará. 

 Mapa de Ipojuca

Fica então a questão: quem nunca sonhou em um lugar cercado por praias paradisíacas e perspectiva de empregos/salários altíssimos? Por essa razão, muitas pessoas saíram de diversos lugares do Brasil e do mundo, para tentarem uma vaga em meio a este sonho. Com essa migração momentânea, as cidades que cercam a “mina de ouro” foram as que mais sentiram todos os tipos de impactos que projetos tão grandiosos como os de Suape trazem. 

 Funcionários em obras - Suape/PE

O município de Ipojuca foi um dos destaques em geração de vagas de trabalho formal em 2010 e em dezembro do mesmo ano. De acordo com dados do Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho, a cidade pernambucana criou 1.376 postos com carteira de trabalho no mês passado, o que a deixou em 3º lugar no ranking do ministério. Em todo o ano passado, foram 16.413 vagas, levando Ipojuca ao 19º lugar da lista, atrás apenas de capitais e das cidades de Campinas, Guarulhos e São Bernardo do Campo, todas no estado de São Paulo.

E foi no início desse vulcão de oportunidades, que a ex-empregada doméstica, Marli Silva viu em Suape uma porta de entrada para o crescimento profissional. Soube de uma vaga no porto por meio da mãe, que tinha um trailer para vender comida aos funcionários do centro administrativo de Suape. Marli tentou a vaga, mas não passou; a contratação só veio meses depois, como auxiliar de limpeza. Depois de quatro anos trabalhando lá, o diretor sugeriu que ela fizesse cursinho pré-vestibular, e desta vez a aprovação veio rápida. Hoje ela segue no Porto como auxiliar administrativa.

 Marli Silva, auxiliar administrativa

Nesse clima de oportunidades, Suape criou, junto ao Governo do Estado e a Secretaria de Educação, o projeto Horizonte. O projeto reúne jovens estudantes de escolas públicas do estado, que participam de excursões ao porto de Suape todos os dias com o objetivo de ingressar no mercado de trabalho local. Um dos colaboradores do projeto é o ex-bancário Erasmo Camilo, responsável por palestras educativas e pelo tour dos estudantes no local. O paraibano arretado, como mesmo se intitula, faz a alegria dos estudantes e professores, que apoiam e incentivam o projeto. 

 Visita de estudantes de escolas públicas ao Centro 
de Treinamento - Suape/PE

 Sr. Erasmo Camilo, parceiro do projeto Horizonte 

Fala do Sr. Erasmo Camilo, sobre o desenvolvimento de Suape. 


Por: Débora Albuquerque Gonçalves. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Debate para movimentar a aula


Os estudantes de jornalismo e novas tecnologias da Unicap preparam seus argumentos para uma ação acadêmica da disciplina. Um debate seguido de júri simulado ao estilo dos antigos tribunais vai tomar a sala de aula dos dias 30 de setembro à 5 de outubro.

A proposta é por em cheque as teses defendidas pelos livros "O Culto do Amador", de Andrew Keen, e  "Cultura de Convergência", de Henry Jenkins. Os alunos se dividem em defesa, acusação e júri para um jogo de troca de ideias e estratégias.

A grande sacada é que tudo vai ser registrado pelos participantes em uma cobertura multimídia que em seguida vai alimentar as redes sociais comandadas pelos estudantes. Quem coordena a ação é o jornalista e professor Dario Brito.

Abaixo, o autor de "O Culto do Amador", conhecido por suas opiniões diretas e explosivas, fala sobre blogs, controle da mídia e novas plataformas.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A "dromocracia" e o ciberespaço.

Smartphones, transmissão de dados, tablets, interatividade e inclusão digital. Esses termos, recorrentes no dia a dia da população atual, não são mais do que um reflexo dos avanços tecnológicos por parte da indústria e da corrida da sociedade para acompanhar essa revolução. Afinal, quem não tem uma internet 3G em mãos na fila do banco hoje em dia não está 100% atualizado e conectado com o mundo. Essa rapidez, de consumo de informação e também de produtos é definida por Eugênio Trivinho, professor do programa de estudos pós-graduados em comunicação e semiótica da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (Puc-SP), como "dromocracia". Dromo, do grego, significa velocidade e a luta pela permanência no ciberespaço é um dos seus assuntos mais trabalhados.

Pensando mais afundo acerca do ciberespaço, notamos que sim, todos nós, principalmente os que trabalham com comunicação, somos cada vez mais "empurrados" em direção ao que há de mais moderno e veloz em tecnologia. Não basta só assinar suas matérias no jornal, ou representar uma assessoria de comunicação. Jornalistas o tempo todo, temos Twitter para não deixarmos nossos pitacos de 140 caracteres passarem despercebidos pelos outros e claro, não deixar de saber sobre os pitacos deles, Facebook para aumentar nosso círculo social, além de blogs pessoais e interação na web. Até mesmo um jogo de futebol ou um show de música viram motivos de cobertura em dias de folga através dos microblogs. Agora, será que é possível pensar em viver sem essas ferramentes? No mundo atual? Com a competitividade que assola a profissão? Fica difícil. Para um indivíduo, nessas condições, abdicar de estar em sintonia com os novos meios, seja por questões financeiras ou ideológicas, culmina em um estado de exclusão social e profissional que pode acarretar na perca de oportunidades futuras.

Será que estamos indo para o lado certo quando trocamos nossas relações interpessoais por ciberinteração? Somos levados a pensar que isso é natural, ou melhor, a nem pensar sobre o assunto. Já nos vemos inseridos nessa sistemática dromocrática. Como escapar de tudo isso? Não se sentir forçado a publicar fotos no aplicativo cool exclusivo do IPhone, o Instagram, soa difícil para os dias atuais.

Sinceramente, não vejo solução para esse padrão comportamental, muito menos para as exigências do mercado sobre o assunto. Com tantas opções de profissionais no mercado, eles acabam selecionando fatores que nem sempre são os mais corretos, é verdade, mas que fazem uma pré seleção do que funciona melhor para cada setor. Mas tudo deve ser feito com equilíbrio, sem supervalorizar novos gadgets ao mesmo tempo que estamos sim, conectados com o mundo. O excesso, para um lado ou para o outro, é que pode trazer danos para o bolso e para a consciência.

Intrigas de Estado, um thriller policial-jornalístico.


Trazendo um tema polêmico por si só, o filme Intrigas de Estado (State of Play), que foi baseando em uma minissérie inglesa exibida em 2003, o filme aborda essencialmente a relação do jornal impresso, dito tradicional, com o jornal online. Quando Cal McCaffrey (vivido por Russell Crowe), um experiente repórter especial do jornal Washington Globe, se depara com um caso polêmico envolvendo seu amigo de infância, o deputado Stephen Collins (Ben Affleck), não mede esforços para ir atrás das fontes certas e seguras, tendo apenas oito horas para descobrir o desfecho real da história. Além do conflito pessoal envolvendo verdade versus amizade, o enigmático Cal, ainda tem que lidar com a “paixão secreta” pela mulher de seu amigo.

Enquanto isso, a sua companheira de jornal, Della Frye (Rachel McAdams), o segue apurando o mesmo caso, porém, com uma sede de notícia e uma vontade impulsiva de divulgar os fatos apurados. 

A divergência dos dois não está apenas no método como cada um lida com a busca pela notícia, mas também – e quase principalmente – no modo como agem e se vestem. O figurino do personagem de Russell Crowe é completamente desleixado, cabelos cumpridos e despenteados, fora a sua falta de boa forma física. Tem como característica a cautela, e a boa mania de analisar calmamente os fatos, ter contatos em diversas áreas, facilitando a sua apuração. Já a blogueira Della Frye, é uma moça muito bem apresentável, roupas alinhadas e modernas, dando um ar de juventude. Porém, tem a sede e vontade de abraçar o mundo com as pernas, deixando a desejar no seu poder de persuasão, e pouco cuidado no contato com as fontes. Os jargões, as posturas e gírias tipicamente jornalísticas, foram resultado de pesquisas minuciosas, para que todo o ambiente que compõe o filme fosse o mais fiel possível da realidade. 

São colocados aspectos reais, muito comuns em grandes veículos, como a famosa censura, por exemplo. Quando os personagens começam a descobrir envolvimento de políticos de peso em esquemas ilegais e falcatruas, sua editora Cameron Lynne (Helen Mirren), toma uma postura não tão surpreendente assim: veta a matéria. A partir daí, os dois jornalistas são obrigados a correrem atrás de novas fontes, e novos fatos, fazendo com que o desenrolar do filme seja uma mistura de tensão, ansiedade e surpresa. 


 
Ao longo da trama, a busca pelo mesmo objetivo acaba fazendo com que eles se unam. Mas, o que parece, é uma tendência sutil para mostrar o jornal impresso como modelo padrão de jornalismo. Chegado o final do filme, a matéria onde os dois trabalharam, deveria sair, teoricamente, em ambos os veículos. Apareceu apenas o impresso sendo rodado.

Algumas características que podem ser observadas pelos espectadores são, sem dúvida, os cenários muito bem elaborados. Cada um, assim como os figurinos e jargões, foram propostos para trazer mais realidade à trama. E, para que isso acontecesse tão bem, o jornalista de cidades do Washington Post – que serviu de inspiração para criação do Washington Globe – R.B. Brenner, tornou-se praticamente um guia para o desenrolar estético do thriller.

Intrigas de Estado sai da esfera do gênero policial, alcançando a qualidade de filem excelente, onde aborda temas atuais, com bons diálogos e personagens muito bem desenvolvidos. Russell Crowe e Ben Affleck desempenham seus papéis de forma brilhante, num enredo muito bem construído. Além disso, apontam aspectos jornalísticos pontuais, que nos questionam se existe uma forma correta de atuar jornalisticamente – e isso desde a apuração, até a publicação.